Marco Antonio Villa
Folha
Enriquecido com o petróleo, país domina vizinhos continentais e se impõe como potência militar e econômica do Atlântico Sul.
Foi o capitalismo que mudou tudo. O que éramos até 2010? Só tínhamos boas intenções, otimismos e pessimismos cíclicos. E nada mais. Vivíamos buscando no passado os momentos de glória. Finalmente, depois de séculos, perdemos a vergonha de ganhar dinheiro. O fracasso deixou de ser referência positiva. Passamos a admirar a ousadia dos vitoriosos. Foi como se substituíssemos, no altar da pátria, Tiradentes por José Bonifácio.
Ser uma potência com papel expressivo no mundo levou a suplantar diversos obstáculos. Era dominante uma ética da malandragem nos negócios privados e principalmente nos públicos. O fim dessas práticas (ou, ao menos, a sua sensível diminuição) foi essencial para que pudéssemos ter uma presença política no mundo. As relações com a África são fundamentais para o Brasil. Temos um papel de colaboração com vários países africanos, especialmente os da costa atlântica. Tratados, convênios e diversos acordos econômicos, científicos e culturais permitiram uma efetiva aproximação com a África, superando a simples enunciação de intenções ou a retórica vazia.
As Forças Armadas foram determinantes para consolidarmos nossa presença no cenário mundial. Perderam-se no passado aqueles jogos de guerra em que os inimigos eram o comunismo ou a Argentina. Agora elas simulam a defesa do nosso território contra nossos adversários asiáticos, como a China. Não foi nada fácil manter o controle das nossas reservas petrolíferas quando tínhamos um arremedo de Forças Armadas. Hoje o quadro é muito diverso graças à vitória no embate contra os que supunham que os gastos militares subtraíam recursos de outros programas econômicos e até daqueles voltados aos mais pobres.
Nada disso. A história mostra que, se temos programas econômicos e sociais eficazes, isso se deve à garantia que as Forças Armadas dão ao país, afastando potenciais inimigos do nosso território e de nossas riquezas. As descobertas de petróleo no início do século foram o principal elemento propulsor deste novo tempo. Possibilitaram nos transformarmos no país que somos. Não caímos na armadilha dos gastos sem nenhum critério.Investimos no desenvolvimento técnico-científico, criamos mais de uma centena de centros de pesquisas em diversas áreas do conhecimento, eliminamos o analfabetismo em apenas cinco anos e modernizamos a infra-estrutura.
Mas, principalmente, abandonamos aquela diplomacia que nos aproximava dos bufões da América, dos que governavam olhando para o passado, dos que só exigiam e nada concediam. Uma potência não deve ser imperial, desconhecendo as diferenças entre os países, mas não pode agir sempre dando um passo para trás quando encontra um oponente, como fazíamos na primeira década deste século. Defendemos firmemente nossos interesses, estendemos as mãos para ajudar os países mais pobres, porém sem hipocrisia. Ajudamos para que eles possam logo -logo mesmo- caminhar com as próprias pernas. Têm de enfrentar os desafios como fizemos.
Se hoje somos a potência do Atlântico Sul é porque aprendemos a enfrentar situações adversas, difíceis, como no momento em que resolvemos sair do Mercosul. Não era possível conviver com a Argentina e a Venezuela. Eram dois projetos distintos: o nosso e o deles. Foi custoso, mas foi correto. A Índia, a Rússia ou a China faziam parte de algum bloco no início do século? Não. Era indispensável uma união econômica sul-americana só porque a Europa seguiu esse caminho? Para o Brasil, não. Diminuiu o comércio com os países da América do Sul? Não. O Mercosul era um obstáculo para os nossos interesses nacionais.
Hoje não somos mais (ou apenas) o país do samba e do futebol. Foi-se o tempo do exotismo. O tamborim foi substituído pela tecnologia, a bola pelas empresas que estão entre as maiores do mundo, o pandeiro pelas nossas mercadorias que transformaram o "made in Brazil" em símbolo de qualidade e eficiência. Quando andamos pelo mundo, nem sempre somos recebidos, como éramos no passado, com sorrisos e gentilezas. É o preço por sermos uma potência.
Ser uma potência com papel expressivo no mundo levou a suplantar diversos obstáculos. Era dominante uma ética da malandragem nos negócios privados e principalmente nos públicos. O fim dessas práticas (ou, ao menos, a sua sensível diminuição) foi essencial para que pudéssemos ter uma presença política no mundo. As relações com a África são fundamentais para o Brasil. Temos um papel de colaboração com vários países africanos, especialmente os da costa atlântica. Tratados, convênios e diversos acordos econômicos, científicos e culturais permitiram uma efetiva aproximação com a África, superando a simples enunciação de intenções ou a retórica vazia.
As Forças Armadas foram determinantes para consolidarmos nossa presença no cenário mundial. Perderam-se no passado aqueles jogos de guerra em que os inimigos eram o comunismo ou a Argentina. Agora elas simulam a defesa do nosso território contra nossos adversários asiáticos, como a China. Não foi nada fácil manter o controle das nossas reservas petrolíferas quando tínhamos um arremedo de Forças Armadas. Hoje o quadro é muito diverso graças à vitória no embate contra os que supunham que os gastos militares subtraíam recursos de outros programas econômicos e até daqueles voltados aos mais pobres.
Nada disso. A história mostra que, se temos programas econômicos e sociais eficazes, isso se deve à garantia que as Forças Armadas dão ao país, afastando potenciais inimigos do nosso território e de nossas riquezas. As descobertas de petróleo no início do século foram o principal elemento propulsor deste novo tempo. Possibilitaram nos transformarmos no país que somos. Não caímos na armadilha dos gastos sem nenhum critério.Investimos no desenvolvimento técnico-científico, criamos mais de uma centena de centros de pesquisas em diversas áreas do conhecimento, eliminamos o analfabetismo em apenas cinco anos e modernizamos a infra-estrutura.
Mas, principalmente, abandonamos aquela diplomacia que nos aproximava dos bufões da América, dos que governavam olhando para o passado, dos que só exigiam e nada concediam. Uma potência não deve ser imperial, desconhecendo as diferenças entre os países, mas não pode agir sempre dando um passo para trás quando encontra um oponente, como fazíamos na primeira década deste século. Defendemos firmemente nossos interesses, estendemos as mãos para ajudar os países mais pobres, porém sem hipocrisia. Ajudamos para que eles possam logo -logo mesmo- caminhar com as próprias pernas. Têm de enfrentar os desafios como fizemos.
Se hoje somos a potência do Atlântico Sul é porque aprendemos a enfrentar situações adversas, difíceis, como no momento em que resolvemos sair do Mercosul. Não era possível conviver com a Argentina e a Venezuela. Eram dois projetos distintos: o nosso e o deles. Foi custoso, mas foi correto. A Índia, a Rússia ou a China faziam parte de algum bloco no início do século? Não. Era indispensável uma união econômica sul-americana só porque a Europa seguiu esse caminho? Para o Brasil, não. Diminuiu o comércio com os países da América do Sul? Não. O Mercosul era um obstáculo para os nossos interesses nacionais.
Hoje não somos mais (ou apenas) o país do samba e do futebol. Foi-se o tempo do exotismo. O tamborim foi substituído pela tecnologia, a bola pelas empresas que estão entre as maiores do mundo, o pandeiro pelas nossas mercadorias que transformaram o "made in Brazil" em símbolo de qualidade e eficiência. Quando andamos pelo mundo, nem sempre somos recebidos, como éramos no passado, com sorrisos e gentilezas. É o preço por sermos uma potência.
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