Um total de 29 presos mapuches, o principal grupo étnico do Chile, está em greve de fome por tempo indeterminado numa prisão chilena da região de Araucanía, reivindicando o fim da aplicação da chamada Lei Anti-terrorista.
29 presos mapuches no Chile cumpriram, esta terça-feira, 14 dias de greve de fome para exigir o fim da aplicação da Lei Anti-terrorista e um tratamento igual daquele grupo étnico pela justiça em relação à restante população chilena. Através de um comunicado, os presos sublinharam que a greve de fome tem como fim a devolução de terras que consideram ancestrais, o fim da aplicação da Lei Anti-terrorista e a liberdade de todos os mapuches que consideram “presos políticos”.
A Lei Anti-terrorista prevê a aplicação da prisão preventiva por dois anos, bem como o impedimento dos advogados de defesa de acederem à investigação ou interrogarem testemunhas, cuja identidade é considerada confidencial.
Actualmente, estão presos 106 mapuches, condenados ou acusados, no Chile. Esta situação deve-se ao que é chamado “conflito mapuche”, referente às divergências que têm lugar no sul do Chile entre a comunidade indígena, que representa seis por cento da população chilena, e as empresas agrícolas sobre a posse de terras. O número de presos actual é quase o dobro do que no ano passado, de acordo com os dados divulgados recentemente pela Comissão de Ética contra a Tortura.
O “conflito Mapuche” teve início a 19 de Julho, quando um grupo mapuche apresentou uma queixa ao Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, acusando o Estado chileno de transformar as exigências daquela comunidade em casos de justiça e de utilizar a mesma para processar todas as suas causas.
O Conselho de Todas as Terras, uma das organizações dos mapuches, estuda a possibilidade de pedir a mediação de Espanha para conseguir a libertação dos “presos políticos” indígenas, tal como aconteceu com Cuba.
Nenhum comentário:
Postar um comentário