domingo, 24 de abril de 2011

Um final de semana sangrento na Síria


Esquerda.net

Apesar de Bashar al-Assad ter declarado a suspensão da lei de emergência, imposta pelo seu partido – o Baath, quando este tomou o poder através de um golpe de Estado há 48 anos, na sexta-feira as forças de segurança sírias utilizaram munição real e bombas de gás lacrimogêneo para conter os protestos anti-governamentais realizados por todo o país. Foram mortos mais de 100 manifestantes e há relatos de centenas de feridos.

O decreto assinado na quinta-feira por Assad, que veio levantar a lei de emergência, é visto pela oposição como pouco mais que simbólico, já que se mantêm outras leis que dão amplos poderes às forças de segurança. A dimensão do protesto agendado para a “Grande Sexta-Feira” de 22 de Abril espelha a manutenção do descontentamento do povo sírio. Foram registadas manifestações em várias cidades.

Em Kisweh, perto de Damasco, as pessoas clamavam por liberdade. Na cidade mediterrânea de Banias, os manifestantes exigiam a queda do regime. Em Damasco, as forças de segurança montaram controles de acesso à cidade e nas principais artérias do centro e a família do presidente foi o alvo da ira dos manifestantes. Homs, Moadamia Daraa, Douma, Zamalka, Deir al-Zor, Qamishli, Hama, Izraa, Daraa, Raqqa, Zeinab Sayda, Harasta, Barzeh, Tartous, Latakia, Ras Al-Ayn, Amouda, e al- Hassakeh também foram palco de protestos.

Na sua primeira declaração conjunta, citada pelo The Guardian, os auto-denominados "comitês locais de coordenação", que representam as províncias de toda a Síria, afirmaram que “os slogans de liberdade e dignidade não podem ser alcançados senão por uma mudança democrática pacífica”. Barack Obama condenou, em comunicado, “esse uso abusivo da violência para reprimir os protestos” e acusou al-Assad de recorrer à ajuda iraniana em reprimir os cidadãos.

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