CartaMaior
Ex-ministro, diretor da cátedra de Estratégia Econômica Internacional da Universidade de Buenos Aires e uma referência intelectual do pensamento econômico latino-americano, Aldo Ferrer destaca, em entrevista à Carta Maior, as dificuldades que a crise atual impõe à luta pelo desenvolvimento regional. E rechaça o fatalismo econômico diante da crise. "Nossos países não têm possibilidade alguma de mudar o mundo, mas temos a responsabilidade intransferível de decidir o lugar que ocuparemos nele".
Aldo Ferrer é uma espécie de decano dos economistas argentinos. Assim como Celso Furtado o foi no Brasil, ele carrega uma vasta experiência na luta contra o subdesenvolvimento, tanto na Argentina como na América Latina. Ferrer é diretor da cátedra de Estratégia Econômica Internacional da Universidade de Buenos Aires e um das referências intelectuais do pensamento econômico latino-americano. Durante o governo Nestor Kirchner, foi um dos conselheiros próximos da Casa Rosada, através do Grupo Fênix, nascido na academia, com quem o então Presidente mantinha diálogos freqüentes. Ferrer já foi secretário de Economia da Província de Buenos Aires; ministro de Obras Públicas e ministro do Trabalho na Argentina.
Em entrevista a Carta Maior, ele não sublima as dificuldades que a crise atual impõe à luta pelo desenvolvimento regional. Mas ao mesmo tempo rechaça o fatalismo, esse sentimento tão disseminado hoje no Brasil, e também em outros países, por círculos interessados em abreviar a hegemonia de governos e políticas progressistas na região. “Assim como é hora de Keynes no hemisfério Norte”, rebate Ferrer, “é hora de se voltar a Prebisch e a Celso Furtado na América Latina. É a hora do Estado”.
Ferrer é rigoroso ao cobrar providências internas preliminares dos governos para que se possa, a partir daí - e somente a partir daí, acentua, ordenar estratégias de combate à crise no escopo da integração sul-americana. Uma das lições do crash , no seu entender, é a reafirmação desse princípio. Manter rigoroso controle das contas externas para preservar o comando dos sistemas nacionais. Sem isso não há muito o que fazer, parece ser a mensagem desse experiente economista, conhecedor profundo das experiências fugazes e funestas de crescimento baseadas no endividamento externo e na valorização artificial da moeda. O governo de Menen na Argentina –“relações carnais com os EUA”—equiparou o peso local ao dólar; destruiu a industrialização do país; quebrou as cadeias produtivas com importações maciças e jogou até a classe média argentina na miséria.
Mas não é preciso retroagir a Cavallo na Argentina, ou ao Real forte no Brasil de FHC ; no ciclo recente de elevada liquidez internacional, cuja reversão agora se assiste com a fuga de dólares e resgates maciços de investimentos especulativos nos mercados locais, praticamente todas as economias sul-americanas reeditaram em maior ou menor grau o erro de permitir a sobrevalorização da moeda.
Falar em equilíbrio cambial e em superávit nas contas externas é simples. A prática, porém, impõe a delicada tarefa de uma administração fiscal discricionária , que não significa apenas prioridade para investimentos e menor espaço ao gasto corrente, mas também seletividade nas despesas financeiras do Estado. Esse, sem dúvida, um requisito difícil quando o pagamento da dívida pública, como no caso brasileiro, por exemplo, consome R$ 160 bilhões em juros por ano; quase dez vezes mais que os R$ 17 bilhões a serem investidos pelo PAC em 2008.
Tais cuidados com o equilíbrio macroeconômico –nem valorizar o câmbio, nem calibrar juros elevados—devem ser associados na visão de Ferrer à disciplina sobre os fluxos de capitais para não semear déficits em contas correntes na reversão do ciclo – velho pêndulo, algoz da soberania e do crescimento na região. “Nossa possibilidade de expandir a demanda efetiva via déficit fiscal é limitada por isso”, explica o decanos dos desenvolvimentistas argentinos e reforça: “temos que ter superávit nas contas externas”.
Nesse sentido, o professor da Universidade de Buenos Aires entende que a principal alavanca keynesiana do mundo neste momento deve ser acionada pelo déficit comercial norte-americano. Como detentores da moeda de reserva, cuja emissão está acima do Bem e do Mal definido pelas equações de equilíbrio macroeconômico, os EUA podem –e devem, no seu entender— gastar mais do que a receita obtida. Seu déficit fiscal/comercial é a poderosa correia de transmissão que pode, como já vinha fazendo, adicionar fôlego econômico ao resto do mundo.
Aldo Ferrer não minimiza a extensão econômica e, sobretudo, a profundidade ideológica do colapso que começou na esfera das finanças nos países ricos e atropela agora, pesadamente, a atividade produtiva em todas as latitudes do planeta, atingindo a América do Sul sobretudo pelo canal da retração da demanda por commodities, mas também pela fuga de capitais combinada com a redução dos fluxos de investimento financeiro e produtivo. Ferrer classifica esse momento como uma mudança de época. Mais que isso, avalia que se abre um vazio no pensamento hegemônico irradiado pelos países centrais “a exemplo do que ocorreu na crise dos anos 30. Foi então que surgiu um ambiente de autonomia intelectual na América Latina e economistas como seu conterrâneo Raul Prebisch e Celso Furtado –que trabalharam juntos na CEPAL— puderam pensar e propor soluções soberanas para impasses seculares do desenvolvimento na periferia do capitalismo.
O professor da Universidade de Buenos Aires não alimenta ilusões quanto a influência desses mesmos países na definição da nova arquitetura financeira que emergirá da crise. “Podemos dar bons conselhos. Nada muito além disso”, minimiza com sólida convicção histórica. Não se conclua daí qualquer endosso à resignação dos condenados da terra. Ao contrário. O realismo de Ferrer destina-se a valorizar o peso das decisões políticas internas às nações. Decisões de Estado que demandam estadistas.
Esse seria, no seu entender, o verdadeiro trunfo e a principal ferramenta para resistir aos rigores da tormenta mundial. “Nossos países não têm possibilidade alguma de mudar o mundo; mas temos a responsabilidade intransferível de definir como queremos figurar nele”. A frase de Ferrer remete à forma de pensar, e à elegância de se exprimir, dos grandes economistas da escola latino-americana que ousaram rechaçar o subdesenvolvimento como fatalidade; ou como uma etapa inescapável do processo de desenvolvimento. O que ele e tantos outros demonstraram no plano das idéias, e sobretudo na prática, ao provar que suas idéias faziam parte do mundo através da ação, é que o subdesenvolvimento não é um defeito do percurso. Antes, é a forma como se expressa o capitalismo na periferia do sistema mundial sempre que entregue ao arbítrio dos chamados livres mercados. Daí a proeminência que a ação das políticas de Estado assume na matriz desse pensamento, ontem, como hoje novamente.
Em defesa desse ponto de vista, Ferrer recorre ao exemplo argentino, que conhece tão bem. A menção no entanto poderia perfeitamente ser entendida como um recado à política econômica seguida atualmente no Brasil. “Todos os problemas argentinos atuais são de fabricação interna e não resultam da crise internacional”, dispara. Ele admite que a contração da demanda e dos preços das commodities - que desabam nas bolsas mundiais - poderá gerar constrangimentos. Mas há questões prevalecentes, insiste. São elas que magnetizam sua atenção porque sobre elas a ação política, a ação pública, as políticas de Estado têm relevância; e estas dependem de decisões nacionais. “O maior risco para a atividade econômica e o emprego na Argentina hoje”, adverte como se comentasse o país vizinho, “é que o governo siga uma receita de dólar barato e dinheiro( juro) caro”. A seguir, alguns trechos da entrevista de Aldo Ferrer a Carta Maior.
O papel da integração sul-americana na resistência à crise
O avanço da integração no MERCOSUL e a ampliação das relações políticas e diplomáticas na UNASUL abrem a possibilidade de ações conjuntas frente à crise. Sem dúvida, porém, essa possibilidade é limitada pelas assimetrias de escala, bem como entre níveis relativos de desenvolvimento, ademais, de contextos e políticas macro-econômicas distintas. O fato é que cada país tem a responsabilidade primeira de responder à turbulência externa. Na medida em que se conseguir colocar a casa em ordem, teremos maior capacidade de criar espaços monetários para uso das moedas locais, bem como instalar clearings (caixas de compensação para ajuste de déficits, impedindo desequilíbrios que inviabilizam o comércio regional), incluindo-se a criação de fundos de contingência e um banco de desenvolvimento regional (do qual Brasil e Argentina podem se beneficiar menos, mas que será muito importante para outros, como Uruguai e Paraguai).
Evitar que a crise promova uma guerra comercial no MERCOSUL
A medida mais urgente de coordenação nesse momento é evitar que o impacto da contração dos mercados mundiais sobre cada país sul-americano seja transferido aos demais. Esse contágio provocaria uma espiral regressiva nas relações comerciais dentro do bloco. É preciso evitar o protecionismo intra-regional; ao mesmo tempo, é imperioso administrar as peculiaridades que afetam o comércio em cada país, acionando a mediação do Mecanismo de Adaptação Competitiva.
Prerrogativa política: definir o espaço a ocupar no mundo pós-crise
Nossos países não têm possibilidade alguma de mudar o mundo, mas temos a responsabilidade intransferível de decidir o lugar que ocuparemos nele. Historicamente não escolhemos bem. Por isso, dois séculos depois da independência continuamos a ser economias periféricas e subdesenvolvidas.
Em entrevista a Carta Maior, ele não sublima as dificuldades que a crise atual impõe à luta pelo desenvolvimento regional. Mas ao mesmo tempo rechaça o fatalismo, esse sentimento tão disseminado hoje no Brasil, e também em outros países, por círculos interessados em abreviar a hegemonia de governos e políticas progressistas na região. “Assim como é hora de Keynes no hemisfério Norte”, rebate Ferrer, “é hora de se voltar a Prebisch e a Celso Furtado na América Latina. É a hora do Estado”.
Ferrer é rigoroso ao cobrar providências internas preliminares dos governos para que se possa, a partir daí - e somente a partir daí, acentua, ordenar estratégias de combate à crise no escopo da integração sul-americana. Uma das lições do crash , no seu entender, é a reafirmação desse princípio. Manter rigoroso controle das contas externas para preservar o comando dos sistemas nacionais. Sem isso não há muito o que fazer, parece ser a mensagem desse experiente economista, conhecedor profundo das experiências fugazes e funestas de crescimento baseadas no endividamento externo e na valorização artificial da moeda. O governo de Menen na Argentina –“relações carnais com os EUA”—equiparou o peso local ao dólar; destruiu a industrialização do país; quebrou as cadeias produtivas com importações maciças e jogou até a classe média argentina na miséria.
Mas não é preciso retroagir a Cavallo na Argentina, ou ao Real forte no Brasil de FHC ; no ciclo recente de elevada liquidez internacional, cuja reversão agora se assiste com a fuga de dólares e resgates maciços de investimentos especulativos nos mercados locais, praticamente todas as economias sul-americanas reeditaram em maior ou menor grau o erro de permitir a sobrevalorização da moeda.
Falar em equilíbrio cambial e em superávit nas contas externas é simples. A prática, porém, impõe a delicada tarefa de uma administração fiscal discricionária , que não significa apenas prioridade para investimentos e menor espaço ao gasto corrente, mas também seletividade nas despesas financeiras do Estado. Esse, sem dúvida, um requisito difícil quando o pagamento da dívida pública, como no caso brasileiro, por exemplo, consome R$ 160 bilhões em juros por ano; quase dez vezes mais que os R$ 17 bilhões a serem investidos pelo PAC em 2008.
Tais cuidados com o equilíbrio macroeconômico –nem valorizar o câmbio, nem calibrar juros elevados—devem ser associados na visão de Ferrer à disciplina sobre os fluxos de capitais para não semear déficits em contas correntes na reversão do ciclo – velho pêndulo, algoz da soberania e do crescimento na região. “Nossa possibilidade de expandir a demanda efetiva via déficit fiscal é limitada por isso”, explica o decanos dos desenvolvimentistas argentinos e reforça: “temos que ter superávit nas contas externas”.
Nesse sentido, o professor da Universidade de Buenos Aires entende que a principal alavanca keynesiana do mundo neste momento deve ser acionada pelo déficit comercial norte-americano. Como detentores da moeda de reserva, cuja emissão está acima do Bem e do Mal definido pelas equações de equilíbrio macroeconômico, os EUA podem –e devem, no seu entender— gastar mais do que a receita obtida. Seu déficit fiscal/comercial é a poderosa correia de transmissão que pode, como já vinha fazendo, adicionar fôlego econômico ao resto do mundo.
Aldo Ferrer não minimiza a extensão econômica e, sobretudo, a profundidade ideológica do colapso que começou na esfera das finanças nos países ricos e atropela agora, pesadamente, a atividade produtiva em todas as latitudes do planeta, atingindo a América do Sul sobretudo pelo canal da retração da demanda por commodities, mas também pela fuga de capitais combinada com a redução dos fluxos de investimento financeiro e produtivo. Ferrer classifica esse momento como uma mudança de época. Mais que isso, avalia que se abre um vazio no pensamento hegemônico irradiado pelos países centrais “a exemplo do que ocorreu na crise dos anos 30. Foi então que surgiu um ambiente de autonomia intelectual na América Latina e economistas como seu conterrâneo Raul Prebisch e Celso Furtado –que trabalharam juntos na CEPAL— puderam pensar e propor soluções soberanas para impasses seculares do desenvolvimento na periferia do capitalismo.
O professor da Universidade de Buenos Aires não alimenta ilusões quanto a influência desses mesmos países na definição da nova arquitetura financeira que emergirá da crise. “Podemos dar bons conselhos. Nada muito além disso”, minimiza com sólida convicção histórica. Não se conclua daí qualquer endosso à resignação dos condenados da terra. Ao contrário. O realismo de Ferrer destina-se a valorizar o peso das decisões políticas internas às nações. Decisões de Estado que demandam estadistas.
Esse seria, no seu entender, o verdadeiro trunfo e a principal ferramenta para resistir aos rigores da tormenta mundial. “Nossos países não têm possibilidade alguma de mudar o mundo; mas temos a responsabilidade intransferível de definir como queremos figurar nele”. A frase de Ferrer remete à forma de pensar, e à elegância de se exprimir, dos grandes economistas da escola latino-americana que ousaram rechaçar o subdesenvolvimento como fatalidade; ou como uma etapa inescapável do processo de desenvolvimento. O que ele e tantos outros demonstraram no plano das idéias, e sobretudo na prática, ao provar que suas idéias faziam parte do mundo através da ação, é que o subdesenvolvimento não é um defeito do percurso. Antes, é a forma como se expressa o capitalismo na periferia do sistema mundial sempre que entregue ao arbítrio dos chamados livres mercados. Daí a proeminência que a ação das políticas de Estado assume na matriz desse pensamento, ontem, como hoje novamente.
Em defesa desse ponto de vista, Ferrer recorre ao exemplo argentino, que conhece tão bem. A menção no entanto poderia perfeitamente ser entendida como um recado à política econômica seguida atualmente no Brasil. “Todos os problemas argentinos atuais são de fabricação interna e não resultam da crise internacional”, dispara. Ele admite que a contração da demanda e dos preços das commodities - que desabam nas bolsas mundiais - poderá gerar constrangimentos. Mas há questões prevalecentes, insiste. São elas que magnetizam sua atenção porque sobre elas a ação política, a ação pública, as políticas de Estado têm relevância; e estas dependem de decisões nacionais. “O maior risco para a atividade econômica e o emprego na Argentina hoje”, adverte como se comentasse o país vizinho, “é que o governo siga uma receita de dólar barato e dinheiro( juro) caro”. A seguir, alguns trechos da entrevista de Aldo Ferrer a Carta Maior.
O papel da integração sul-americana na resistência à crise
O avanço da integração no MERCOSUL e a ampliação das relações políticas e diplomáticas na UNASUL abrem a possibilidade de ações conjuntas frente à crise. Sem dúvida, porém, essa possibilidade é limitada pelas assimetrias de escala, bem como entre níveis relativos de desenvolvimento, ademais, de contextos e políticas macro-econômicas distintas. O fato é que cada país tem a responsabilidade primeira de responder à turbulência externa. Na medida em que se conseguir colocar a casa em ordem, teremos maior capacidade de criar espaços monetários para uso das moedas locais, bem como instalar clearings (caixas de compensação para ajuste de déficits, impedindo desequilíbrios que inviabilizam o comércio regional), incluindo-se a criação de fundos de contingência e um banco de desenvolvimento regional (do qual Brasil e Argentina podem se beneficiar menos, mas que será muito importante para outros, como Uruguai e Paraguai).
Evitar que a crise promova uma guerra comercial no MERCOSUL
A medida mais urgente de coordenação nesse momento é evitar que o impacto da contração dos mercados mundiais sobre cada país sul-americano seja transferido aos demais. Esse contágio provocaria uma espiral regressiva nas relações comerciais dentro do bloco. É preciso evitar o protecionismo intra-regional; ao mesmo tempo, é imperioso administrar as peculiaridades que afetam o comércio em cada país, acionando a mediação do Mecanismo de Adaptação Competitiva.
Prerrogativa política: definir o espaço a ocupar no mundo pós-crise
Nossos países não têm possibilidade alguma de mudar o mundo, mas temos a responsabilidade intransferível de decidir o lugar que ocuparemos nele. Historicamente não escolhemos bem. Por isso, dois séculos depois da independência continuamos a ser economias periféricas e subdesenvolvidas.
Temos que viver com o que temos; assentar nosso crescimento na poupança interna; defender nossos recursos; consolidar equilíbrios macro-econômicos; repartir melhor a renda e a riqueza; transformar a estrutura produtiva; ampliar o grau de educação e promover a integração das estruturas produtivas nacionais. Essa empresa é, em primeiro lugar, um desafio que cada país deve assumir com seu povo. Para que possamos fazer políticas regionais, os Estados membros têm que ter capacidade de implementar políticas nacionais. É assim que a integração do MERCOSUL e a UNASUL poderá fortalecer as esferas nacionais abrindo novas frentes comuns de luta no plano internacional. Hoje, podemos dar bons conselhos, nada muito além disso, no que diz respeito à nova arquitetura financeira mundial.
A Argentina resiste mas não pode incorrer no erro de valorizar o juro e a moeda
A Argentina resiste bem à crise financeira internacional porque o país se financia com poupança interna, sem acesso ao crédito internacional; não tem sofrido bolhas especulativas e seu reduzido setor financeiro está sólido e líquido.O BC argentino tem bom nível de reservas, cerca de US$ 50 bilhões. Todos os problemas argentinos são de fabricação interna, não resultam da crise internacional. Entre eles, o conflito com os ruralistas; a polêmica sobre o regime de previdência, a inflação e a valorização cambial. O impacto da queda nos preços das commodities sobre o balanço de pagamentos está por vir ainda. Mas o maior risco atualmente, para a atividade econômica e o emprego é que o Governo – ao contrário das políticas que permitiram a recuperação nacional— siga agora uma receita de dólar barato e juro alto.
A Argentina resiste mas não pode incorrer no erro de valorizar o juro e a moeda
A Argentina resiste bem à crise financeira internacional porque o país se financia com poupança interna, sem acesso ao crédito internacional; não tem sofrido bolhas especulativas e seu reduzido setor financeiro está sólido e líquido.O BC argentino tem bom nível de reservas, cerca de US$ 50 bilhões. Todos os problemas argentinos são de fabricação interna, não resultam da crise internacional. Entre eles, o conflito com os ruralistas; a polêmica sobre o regime de previdência, a inflação e a valorização cambial. O impacto da queda nos preços das commodities sobre o balanço de pagamentos está por vir ainda. Mas o maior risco atualmente, para a atividade econômica e o emprego é que o Governo – ao contrário das políticas que permitiram a recuperação nacional— siga agora uma receita de dólar barato e juro alto.
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